Volume 1

Capítulo 4.3: Quando uma garota é sua primeira amiga, a vida parece um encontro por um tempo.

Atualizado em: 01 de dezembro de 2023 as 00:55

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A loja para onde chegamos era o lugar mais fashion que eu já tinha visto. Então é assim que são as lojas de roupas... no caminho, Hinami apontou para um caixa eletrônico e eu saquei algum dinheiro, meio a contragosto. O saldo restante me deixou desconfortável; comprar uma jaqueta consumiria todas as minhas economias.

— Uhm, Hinami? Eu estou quebrado. Eu realmente não posso comprar roupas caras.

— Não se preocupe...

Ela disse, me entregando uma jaqueta.

— Pois é, eu realmente não posso gastar quarenta mil... O que?

O número na etiqueta de preço marcava ¥9.720.

— Mas você disse que íamos à loja que vendia as roupas desse conjunto.

— Sim, eu disse.

— Então por que... Os preços são tão diferentes para a mesma loja?

— Não. Esta loja vende a camisa do conjunto.

— ...Ah, entendi.

Ela não tinha dito que íamos à loja da marca da jaqueta.

O que é isso, algum tipo de pergunta-truque?

— As revistas de moda geralmente incluem os nomes das marcas e os preços das roupas. Quando você encontrar um conjunto que gostar, verifique os preços. Procure a marca que você pode pagar e vá até essa loja.

Se todas as roupas desse conjunto fossem de marcas caras, ela disse que eu deveria procurar outro conjunto até encontrar algo que funcionasse.

— Se fizer isso, você não vai errar. O único item dessa marca no conjunto que você escolheu era a camisa, mas qualquer marca que chegue a uma revista, mesmo que seja apenas uma camisa, vai criar um visual bacana. Então, você pode escolher o resto do conjunto aqui.

Simples e claro.

— ...certo. Acho que posso fazer isso.

— Gosto dessa resposta. Parece que você está se motivando para fazer as coisas sozinho.

— Eu te disse, não disse? Não brinco quando se trata de jogos.

— De fato, disse.

Hinami parecia feliz.

— ...E ainda não aprendi a parte mais importante.

— Quer dizer, como escolher as roupas?

— Exatamente. Eu não sei como escolher entre tantas opções. O que faço?

— Essa é a parte mais fácil.

— A mais fácil? De jeito nenhum. Não é preciso ajuda de todo o seu gosto e experiência ao escolhê-las? Não consigo imaginar uma estratégia de ataque fácil para isso...

— Claro. Se você não usar totalmente o gosto e a experiência, terá dificuldade em escolher o que é estiloso. Moda não é algo que você pode dominar da noite para o dia.

— ...então...

— Você sabe o que é isso?

Hinami me interrompeu e apontou para frente. Lá, vestido com uma camiseta, jaqueta e calças, estava...

— Um manequim...

— Aposto que você pode adivinhar o que vou dizer a seguir.

Seu dedo se moveu do manequim de volta para mim.

— Você vai comprar todo esse conjunto.

Agora que ela disse isso, parecia mesmo uma trapaça fácil. Ela está certa; eu realmente não posso errar com essa estratégia.

— Quem você acha que escolheu as roupas para esse manequim?

— As pessoas que trabalham aqui?

— Correto. E os funcionários de lojas de roupas geralmente são mais estilosos do que a pessoa média, certo? Você tem que ter um certo grau de confiança para conseguir o emprego.

— Suponho que sim. Eu nunca me candidataria a um emprego assim.

— Manequins são como anúncios dentro da loja para ajudar a vender roupas. Esses funcionários entendem do assunto e dedicam muito esforço para escolher seus próprios looks.

— ...Ok.

— Além disso, vários funcionários provavelmente discutiram juntos. Isso significa que vários funcionários com estilo pensaram especificamente neste conjunto. À prova de falhas, não acha?

— Uh... sim.

Eu estava convencido.

— Você vê? Você disse antes que ser estiloso é difícil a menos que tenha ajuda de todo o seu gosto e experiência.

— É verdade.

— Nesse caso, você simplesmente empresta o gosto e a experiência das pessoas com estilo. É só isso que precisa fazer.

— ...faz sentido.

Afinal, o caminho mais rápido para melhorar em Atafami também era roubar.

Neste caso, imitar os especialistas.

— Então você simplesmente veste esse conjunto como está. Se comprar roupas dessa forma várias vezes, começará a ter um senso para isso e não precisará mais comprar o manequim inteiro.

— Entendi... Oh, posso fazer uma pergunta?

— O que?

— Quando você diz 'comprar o manequim inteiro', o manequim vem junto com as roupas?

— ...você é idiota?

Sua resposta não foi um sim ou um não, mas um insulto. A partir disso, deduzi que a resposta era não.

Depois disso, ela me mandou escolher qual dos três conjuntos de manequim eu gostava mais, o que fiz mais ou menos por impulso.

— ...Ok, agora vá experimentar as roupas.

Ela fez parecer tão fácil.

— O quê?! Experimentar?!

Não-não-não, de jeito nenhum! Será que eu posso mesmo experimentar essas coisas? Quero dizer, eu teria que falar com uma das pessoas estilosas em seu habitat natural. Isso é claramente impossível!

— Por que está tão surpreso? Você está excessivamente autoconsciente. O funcionário da loja não está nem aí, então vá logo fazer isso.

— Espere um segundo! Eu pensei que estava seguro se comprasse o conjunto do manequim! Por que eu preciso experimentá-lo?!

— O conjunto deve estar bem, mas o tamanho pode estar errado. Com seu corpo, você deve ficar bem com um médio, mas faça isso apenas para ter certeza. Assim, você saberá para a próxima vez.

— Não..., mas, uh...

O tópico de tamanho era território desconhecido para mim, então eu realmente não podia contradizê-la.

— Vá lá.

— V-você quer que eu pergunte a ela?

— Obviamente. Vou querer que você experimente as coisas quando for fazer compras sozinho no futuro. Você deve praticar a pergunta por conta própria.

— V-você quer que eu experimente coisas no futuro?

— Sim, quero.

Seu tom frio deixava claro que mais perguntas seriam inúteis. Eu não tinha escolha...

— ...O-o que eu deveria dizer...?

Minha voz estava tremendo. O que diabos? Objetivamente, isso era realmente triste.

— Apenas diga, 'Eu gostaria de comprar o conjunto do manequim. Posso experimentar?' Ou algo assim.

— 'Eu gostaria de comprar o conjunto do manequim. Posso experimentar?' Assim está certo?

— Isso mesmo.

Eu estava pedindo tanta ajuda que poderia muito bem estar em recuperação após uma grande lesão. Ou em um asilo. Desculpe, Hinami...

— '...eu gostaria de comprar o conjunto do manequim. Posso experimentar?' Ok, eu consigo fazer isso!

Eu reuni minha vontade e me aproximei da funcionária da loja. Era uma adolescente. E o cabelo dela estava preso em um rabo de cavalo, revelando a bela nuca dela. Caramba.

— Um, com licença!

Ok, até agora, tudo bem!

— Como posso ajudar você?

— Um, aquilo, aquilo—

Eu gaguejei, apontando para o manequim.

— Você quer dizer aquele?

— Sim. Um... eu gostaria de comprar esse manequim.

Você vê? Eu apenas pedi para comprar o manequim. Isso é horrível.

No entanto...

— ...Um, você gostaria do conjunto que o manequim está usando? Você gostaria de experimentá-lo?

— Sim, por favor!

Graças a essa funcionária incrivelmente compreensiva, isso estava indo bem, se não exatamente como planejado.

Depois de navegar por várias reviravoltas, experimentei as roupas, recebi a aprovação de Hinami e consegui um conjunto de roupas coordenado e estiloso por cerca de trinta mil ienes.

— Ooh, por que você não coloca agora mesmo?

Depois de pagar pelas roupas, ouvi uma voz muito alegre bem perto do meu ouvido. Quem é essa? Ah certo. É a voz falsa de Hinami.

— Você gostaria de vestir o conjunto fora da loja?

A funcionária perguntou.

— Sim, faça isso!

O sorriso impecável e perfeito dela estava direcionado para mim. Só podia significar uma coisa: Vista agora.

— ...uh, sim, por favor.

A funcionária me levou até o provador, e eu vesti o conjunto.

Ela dobrou as roupas que eu estava usando e colocou na sacola.

— Fica ótimo em você.

Comentou ela quando saí do provador. Eu fiquei um pouco corado.

Enquanto eu estava maravilhado com o excelente atendimento ao cliente aqui, a funcionária sussurrou algo em meu ouvido enquanto passava, muito baixo para Hinami ouvir.

— Sua namorada é tão adorável e simpática! Você deveria cuidar bem dela!

Ela sorriu para mim de forma travessa.

— Oh, ela não é minha namorada!

Eu disse, confuso.

— Ah, claro. Claro que não.

Ela respondeu.

Ei! Por que 'claro' não? Ok, é verdade, mas mesmo assim!

— Tudo bem, temos um tempinho antes do horário do cabeleireiro.

— ...você já marcou um horário, né.

A preferência de Hinami por planejamento extremamente detalhado não foi uma grande surpresa até este ponto.

— Que tal matarmos um tempo... comendo alguma coisa?

Ela sugeriu.

Esta deveria ser a parte em que meu coração começaria a bater fora de controle, mas de alguma forma não era exatamente assim.

— Oh, ótima ideia. Eu estava ficando com fome. Devemos procurar um diner ou algo assim? Ou já que estamos em Omiya, que tal uma especialidade de Omiya? Espere, esqueci, não há especialidades de Omiya. Pena que não há onigiris de sakitama por aqui. Ha-ha.

Por alguma razão, Hinami respondeu à minha piada com um olhar beirando o desprezo. Aliás, um onigiri de sakitama é um clássico de Saitama: um pequeno pão feito de arroz. Assim como o arroz é a base do Japão e a raiz de taro é a base de alguns países do Sudeste Asiático, o onigiri de sakitama é a amada base de Saitama.

— Escute. Você está prestes a sair para comer com uma garota, e não apenas qualquer garota — Aoi Hinami. Você realmente acha que é uma boa ideia ir a uma rede de restaurantes aleatória sem atmosfera alguma?

— Bem, mas não é assim entre nós.

— Deixa para lá. Há uma lanchonete aqui perto.

— Sério? Você já foi lá?

— Ainda não.

— Hum. E? Você está planejando algum tipo de treinamento especial de restaurante de hambúrguer lá?

— Não exatamente.

— Não? Mesmo? Então por que ir a um lugar de hambúrguer?

— Porque eu quero comer lá.

— Só isso?

— ...sim.

— Você só quer comer um hambúrguer? Aoi Hinami só quer um hambúrguer?

— ...O quê? Tem algo de errado nisso?

— Não, mas...

Eu estava pensando que ela deve ter escolhido esse restaurante com algum tipo de prática em mente.

— Então você gosta de hambúrgueres, huh?

— Cala a boca! Quantas vezes você vai dizer isso? ...meus amigos gostam desse lugar. Vamos indo.

Ela começou a andar. Huh. Ela só queria comer lá. Isso é estranhamente normal dela. Muito inesperado.

O restaurante de hambúrgueres para onde ela me levou era um lugar pequeno e fofo; um anúncio poderia promovê-lo como um esconderijo na floresta. Havia uma mesa redonda de madeira na frente, protegida por um guarda-sol e acompanhada por um par de bancos que pareciam troncos de árvores ao lado. Era como se saído de um livro infantil. Entramos e nos sentamos em uma mesa para dois. Eu dei uma olhada no cardápio e escolhi algo em cerca de dois segundos, depois esperei Hinami decidir o pedido dela. Três minutos se passaram, e ela ainda estava silenciosa e intensamente examinando o cardápio.

— ...O que eu deveria pedir.

— Você está realmente com dificuldade para decidir, huh?

— Parece que você já decidiu... O que você vai pedir?

Ela soava surpreendentemente hesitante. O que era surpreendente, porque eu esperava que ela dissesse algo como: — Não me importo com o que você pedir. Eu vou pegar o que eu quero.

— O cheeseburger com tomate.

— Hmm, parece bom mesmo. Realmente parece...

Ela levou a ponta do dedo aos lábios e assentiu com a gravidade de um detetive tentando resolver um crime.

— H-Hinami...?

— Fumiya Tomozaki-kun, eu gostaria de fazer uma sugestão.

— Huh?

Por que ela estava me chamando pelo meu nome completo? Ela parecia mortalmente séria.

— Eu vou pegar o hambúrguer japonês recheado com queijo e molho. Então...

— Sim?

— O que você acharia de dividir esse e o seu hambúrguer?

Ela disse, agora com a gravidade de um detetive anunciando que a arma do assassinato havia acabado de ser encontrada. Eu não pude evitar; eu comecei a rir.

— ...por que você está rindo? Está tentando me provocar?

— Ah, desculpe.

Eu disse, ainda sorrindo um pouco.

— Eu quero o cheeseburger com tomate, e também quero o hambúrguer recheado. Tudo o que eu fiz foi fazer uma proposta racional para resolver o problema. Não tem nada para rir.

— C-certo, claro. Vamos dividir. Você gosta de queijo, huh?

Eu disse, lembrando que ela tinha pedido carbonara no restaurante de massas da última vez.

— Cala a boca! Eu posso gostar do que eu quiser! Então decidimos, vamos dividir essas duas coisas? ...E por quanto tempo você vai continuar sorrindo? Isso realmente é irritante. Se apresse e peça.

Realmente seria rude continuar sorrindo nesse ponto, então com um pouco de esforço, consegui suprimir meu sorriso e fazer o pedido. Bebemos a água que o garçom trouxe enquanto esperávamos nossos hambúrgueres chegarem.

— Aliás, você ouviu a gravação?

Ela estava falando sobre o gravador que ela me entregou na reunião de revisão de ontem. Segui suas instruções e ouvi antes de ir dormir.

— Sim, ouvi.

— Como foi? Você notou algo?

— Tipo o quê?

Eu estava ouvindo a mesma coisa que ouvi no dia anterior depois da escola, a maioria do qual eu já lembrava, então não tinha muito para notar...

— Talvez eu devesse reformular. Você notou algo além do conteúdo?

— Além do conteúdo...? ...ah.

— Vejo que você percebeu.

— Sim. As nossas vozes.

Eu percebi. O conteúdo era basicamente o que eu lembrava, mas uma coisa era diferente de como eu lembrava a conversa.

— A minha voz — ou talvez, o jeito que eu falei? Estava totalmente diferente...

— Certo?

Ela disse, como se estivesse esperando que eu dissesse isso.

— Sim. As pessoas sempre dizem que a sua voz soa diferente do que você imagina, mas eu nunca tinha ouvido uma conversa cotidiana tão longa assim antes... foi bem surpreendente. Eu meio que falo de forma monótona, não é?

— ...Sim. Se você percebeu isso na primeira vez que ouviu, vai conseguir consertar.

— Você acha?

— Com certeza. É o que dizem para as pessoas sem ouvido musical — uma vez que você percebe que sua própria voz está estranha, você poderá consertá-la com prática. Até certo ponto.

— Hum.

Eu senti como se já tivesse ouvido isso antes — que as únicas pessoas que eram verdadeiramente sem ouvido musical eram aquelas que não conseguiam perceber que algo estava errado.

— ...mas você é particularmente monótono. Você se beneficiaria de algum treinamento para corrigir isso.

— Será que eu sou realmente tão ruim?

— Sim. É porque você depende muito das palavras em si.

— Eu dependo muito das palavras?

— Por exemplo, quando eu explico alguma coisa, você tem várias respostas prontas, como 'Faz sentido' e 'Sério?’

— Eu tenho?

— Sim. Provavelmente é inconsciente. Bem, você provavelmente sabe que sempre dizer a mesma coisa séria rude... então você muda as palavras, mas o tom é o mesmo.

— O tom é o mesmo?

— Sim. Você não usa expressões faciais ou entonação ou gestos muito nas conversas. Seu tom é sempre monótono.

— Ah.

Ela poderia estar certa.

— Vou te dar uma tarefa enquanto almoçamos.

— Uma tarefa?

— Sim. O que eu quero que você faça é ...

— Sim?

— A partir de agora, quando você responder ao que eu disser, você só pode usar vogais.

— Só vogais?

O que isso tem a ver com o tom?

— Você não entende, né? Ouça. Usar apenas vogais significa que você só pode dizer coisas como oh? Ah! Oo!

— Está bem... Oh, ainda não começamos, né?

— Ainda não. De qualquer forma, sabe o que acontece quando suas opções são limitadas assim? Como você acha que vai comunicar seus pensamentos para mim?

— ...ah, entendi.

— Você terá que se expressar através das suas expressões faciais, tom, volume e gestos, certo?

— …Sim.

— Em outras palavras...

Hinami franziu as sobrancelhas e disse — Oh? — com uma voz ameaçadora, em seguida, arregalou os olhos e disse — Oh! — como se tivesse acabado de descobrir algo. Em seguida, fez uma expressão boba e soltou um — Oh... — de realização. Finalmente, segurou a cabeça com as duas mãos e gemeu — Ohhh! — de frustração.

— ...Como você acabou de ver, você pode expressar muito com apenas 'Oh'. Uma vez que você se acostuma a comunicar seus sentimentos através da entonação, gestos, expressão facial e volume, o problema do monólogo vai se resolver por si só.

— ...você é realmente boa nisso.

A primeira coisa que notei foi a incrível habilidade dela como atriz. Isso e como elegantemente ela modelava seus exemplos. Era realmente fofo.

— Esta é uma maneira de você reduzir as palavras que usa e focar em outras formas de se expressar para que você possa melhorar naturalmente. Para dizer de outra forma, você tem usado uma grande variedade de palavras, então sua capacidade de se expressar de outras maneiras atrofiou.

— ...Ok, eu basicamente entendi.

— Ótimo. Então vamos começar agora. Você não precisa seguir a regra quando está dizendo algo por conta própria, apenas quando está reagindo.

Pensei em começar com uma vogal que fosse adequada para começar algo novo...

— Oh!

Eu disse energeticamente, levantando um punho determinado ao lado do meu rosto.

— Gosto do entusiasmo, especialmente quando acabamos de começar. Você pode ser natural nisso.

Ela está me elogiando... nesse caso...

— Eyyy!

Eu gritei, jogando os braços para cima. Foi o melhor que consegui depois de considerar várias opções.

— Ótimo! Fazendo papel de bobo. Pensei que você estaria muito envergonhado no começo para fazer mais do que pequenos gestos.

Ela acabara de me insultar. Então, se eu quisesse dizer Pare de brincar comigo....

— Eh?

Rosnei, franzindo a testa descontente.

— Você está como peixe fora d'água. Parece um pouco irritado. Mas o que acha? É um bom treino, não é? Que tal você pagar o almoço para me agradecer?

Para expressar Espere só um segundo agora!...

— Ah!

Eu exclamei, estendendo as mãos brincando. Nesse momento...

— Desculpe pela espera. Um hambúrguer recheado estilo japonês... né? Tomozaki...kun?

Do nada, a garçonete disse meu nome.

— Oh!

Respondi, ainda seguindo o embalo do treinamento das vogais.

Olhei para a garota que trouxera o hambúrguer e vi alguém que estava no meio do caminho entre um personagem de livro ilustrado e uma personagem de mangá feminino — minha colega de classe, Fuka Kikuchi-san. Aquela do incidente do espirro. Ela estava usando óculos, o que não era comum para ela. Ficavam incríveis nela.

— Ah?!.

Gritei. Talvez eu tivesse me saído um pouco demais com a coisa das vogais.

— Fuka-chan?! Uau, eu não sabia que você trabalhava aqui! Que coincidência!

Justo quando eu estava me perguntando como uma terceira colega de classe tinha aparecido, percebi que era Hinami, a artista das mudanças sociais rápidas.

— Sim, eu trabalho... Comecei há cerca de uma semana porque ouvi coisas boas sobre o lugar...

— Todo mundo tem falado sobre esse lugar na escola ultimamente! Eu queria experimentar, então passamos aqui hoje pela primeira vez.

— Sim, exatamente!.

Eu disse, mas ainda fazia os gestos exagerados.

— Ah... sim ..., mas, por quê...?

— Por que o quê?

Hinami disse. Acho que ela provavelmente sabia o que Kikuchi-san estava tentando dizer, mas não deixou transparecer. O olhar de Kikuchi-san se movia de um lado para o outro entre nós, curiosamente, como se estivesse vendo um par de fadas que ninguém mais conseguia ver.

— ...então vocês dois são amigos... isso é uma surpresa...

— Eu sei! Nós nos conhecemos recentemente, na aula de economia doméstica.

Hinami respondeu imediatamente. Ela realmente era boa em mentir.

— ...ah, daquela vez.

Kikuchi-san riu. Seus cílios longos tremiam encantadoramente atrás dos óculos.

— Ah, desculpe! Este é o meu.

Hinami disse, apontando para o prato que Kikuchi-san ainda estava segurando.

— Ah, certo. Aqui está... bem, aproveitem...

Com esse sorriso gracioso, ela se encaixou perfeitamente na atmosfera de floresta do restaurante.

— ...ela foi embora?

— Sim.

— Um... você acha que ela descobriu? Quero dizer, tudo?

Por um segundo, Hinami ficou em silêncio.

— Acho que estamos bem. Mesmo que ela tenha ouvido minha voz por um segundo, ela provavelmente pensou que eu estava imitando alguém. Eu não teria deixado ela ouvir uma conversa longa. Como esse lugar é tão popular entre os jovens da escola, eu suspeitava que poderíamos encontrar alguém que conhecíamos.

— Ah, entendi.

Isso nem tinha passado pela minha cabeça. Típico de alguém com bloqueio de comunicação.

— Mas eu fiquei surpresa de vê-la trabalhando aqui. Eu não estava preparada para isso, então minha reação foi um pouco lenta. Ela estava usando aqueles óculos também ..., mas eu sei agora, então está tudo bem. Eu não vou vacilar.

...eu a conhecia o suficiente para saber que isso era verdade.

— Será difícil continuar agora. Se fosse uma colega de classe comum, poderíamos continuar praticando respostas, mas... Fuka Kikuchi é diferente.

— ...O que você quer dizer? Se fosse uma colega de classe comum?

Havia algo especial sobre Kikuchi-san?

— Durante os exercícios da semana passada, eu vi a possibilidade — e com base nas reações que acabei de ver, tenho certeza.

— Certo do quê?

Hinami sorriu.

— Fuka Kikuchi vai ser a sua primeira paixão.

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