Volume 2

Capítulo 77: Situação

Atualizado em: 24 de fevereiro de 2023 as 11:39

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No centro de uma arena, dezenas de telas holográficas eram visíveis transmitindo cenários medievais, com o ângulo focado em diversos jovens diferentes. Havia uma tela centralizada entre as outras cujo tamanho ofuscou as demais.

Era nesta tela que os eventos principais eram transmitidos para o público, o qual consistia dos alunos de todas as academias participantes desde o 1° ao 3° ano junto com os professores e diretores quem tinham salas separadas para si.

— Wow, isso foi… — Sentado na arquibancada, Seiji não tinha palavras para descrever o acontecido na transmissão de Silver.

— Brutal. Ele realmente não é chamado de demônio prateado à toa — comentou Lina ao lado, com Freud assentindo em acordo.

A cena do massacre de Silver foi transmitida na tela principal, amedrontando vários dos espectadores desavisados.

— Hmph! É só um pouquinho de sangue. Se vocês não aguentam isso, deveriam desistir da academia e ir morar numa fazenda — disse Mia, ainda irritada com o abandono do baile.

— Já faz mais de dois dias. Por que você não esquece isso?

— Diz o cara que foi dançar por ser medroso demais para encarar sua amiga de infância. Obrigado pelo conselho, vou considerar isso.

O loiro não conseguiu responder então ele se voltou para seu único apoio aqui, Mari. Infelizmente, a espadachim não estava em condições para ajudá-lo, simplesmente encarando a imagem de Silver com um rosto em branco.

— Falando da invencível, ela é realmente algo mais — comentou Lina.

Shōri foi a primeira a 'conquistar' seu reino, e isso em míseros três dias. Isso excluindo Moon, que teve a sorte de ter a coroa a esperando logo no início da fase.

Apenas uma hora e meia se passou, dada a conversão de 30:1 de minutos para dias no mundo virtual. Não foi uma quantidade muito grande de tempo, porém, foi o suficiente para identificar alguns personagens interessantes entre as outras academias.

Tais como os representantes da academia Souzan que iniciaram uma revolução através da música, as da Blue Roses quem estavam para dominar um reino somente pela beleza, e os membros de uma academia desconhecida os quais tinham um participante encapuzado que até então não participou levemente na conquista, deixando algum mistério sobre sua força real.

— Sim, ela ficou forte… — Seiji se sentiu impotente vendo sua amiga de infância mostrando uma força completamente acima da sua.

'O que eu fiz em todos esses anos…?'

— Ela pode ser forte, mas é incrivelmente rude — Mia adicionou, lembrando que a invencível foi uma das que abandonou ela na mesa.

— Se ficar sozinha foi tão ruim assim, por que você não procurou alguém para dançar? — Voltando ao assunto do baile, Seiji finalmente pensou em uma resposta para o assunto anterior.

— E ter que dançar com um idiota que quer só se encontrar com meu pai? Ou então querem se tornar patriarca dos Rosenfeld? Não obrigado — A maioria dos seus pretendentes tinha um desses objetivos em mente quando procuravam ela.

Todos eles esqueciam completamente de que sua família era um matriarcado, além de que, seu pai não era tudo que eles faziam parecer.

Lina compartilhava o mesmo pensamento da fênix, embora seus problemas com isso fossem inexistentes graças à ilustre presença de Freud como seu guarda-costas. O raiju só cruzou os braços ao lado da dríade.

'Quantos insetos eu tive que esmagar para garantir a paz de Lina… Mas não posso negar que foi divertido no fim'

O jovem pode ou não ter usado eles como sacos de pancada grátis, além de criar uma imagem estranha de Lina na mente deles. Até hoje muitos ainda acreditam que a dríade é uma sádica maluca. É interessante como a frase 'se você não aguenta alguns socos meus, como aguentaria os dela?' pode fazer as pessoas entenderem mal.

E o melhor de tudo isso era que ela não tinha a mínima ideia disso, afinal, a garota se recusou a encontrar qualquer um dos seus pretendentes.

'Heh, se ela soubesse o que eles acham dela…'

Sorrindo ao imaginar a expressão que a dríade faria, Freud empalideceu de repente.

'Não tem um baile logo depois do torneio?'

Enquanto o raiju pensava em como escapar de outra vingança de Lina, Seiji desistiu de vencer a discussão e voltou a assistir seus companheiros de equipe e suas amigas de infância.

A fênix e a dríade seguiram o exemplo e, quanto a Mari, ela ainda estava fixada no holograma que transmitiu a trajetória de Silver.

Ao mesmo tempo, em uma sala separada Shiroi e os professores de sua academia assistiam a performance de seus estudantes.

— Será que dá para parar com isso?! — Uma das professoras reclamou, cansada do barulho constante de mastigação feita por seu colega de trabalho.

— O que foi? Quer um pouco? — John ofereceu, apontando o balde de pipoca em suas mãos para a professora.

A oferta só serviu para irritá-la mais, além de espalhar essa raiva para outros professores.

— Não, eu não quero! Seu aluno acabou de brutalizar mais de cinquenta pessoas, e você está aqui comendo pipoca como se isso fosse um show? O que há de errado com você!?

O homem só olhou em branco para a mulher que parecia furiosa, antes de olhar para Shiroi.

— Ainda tem pessoas assim na academia?

Era uma escola militar obviamente voltada para preparar seus alunos para possíveis guerras e situações de vida e morte. Um professor neste tipo de lugar obrigatoriamente deveria ao menos ter visto um pouco de sangue na vida, e a questão de John era exatamente sobre isso.

— Não por muito tempo — respondeu o tigre branco sem se virar, fazendo a mulher se calar completamente.

Todos na sala sabiam que Shiroi não fazia ameaças, então se ele disse isso quer dizer que os dias da professora estavam contados. Aqueles que seguiram ela se calaram também, afinal, a maioria não apoiou a professora por concordarem com ela e sim pelos seus próprios motivos.

Este que, em maioria, era o sentimento de ódio contra John.

O homem ficou conhecido entre seus colegas por ter uma personalidade odiável. Não era surpresa nenhuma eles se juntarem para envergonhá-lo na frente do diretor.

— Seus pensamentos? — Shiroi se voltou para sua estrategista.

— Bem, foi sorte Moon ter conseguido a coroa logo no início. Embora Silver não tenha tido a mesma sorte — Hitomi começou. Ela acreditava que passar três dias preso em uma cela escura não era algo a ser considerado sorte.

— Eu acredito que os dois são inteligentes o suficiente para saber que se tornar o rei, ou melhor, rainha foi apenas o primeiro passo.

O segundo passo seria manter a coroa. Pode parecer estúpido, mas ainda haviam perigos internos e externos que poderiam ameaçar a integridade da missão.

Internamente estava a insatisfação dos nobres e do povo com o novo soberano. Estes que, usando três dos participantes como exemplo, todos eles teriam de enfrentar um ou outro. Talvez ambos.

Silver e Moon, dada a situação anterior com os soldados na prisão, tinham problemas ao menos com os nobres enquanto a relação com o povo ainda era incerta.

Komori-uta e Ame conseguiram o apoio do povo com a música e com a 'revelação' do violinista. Porém os nobres certamente não ficaram felizes com isso.

Por fim, Shōri e seu companheiro eram um caso curioso. Eles estavam em um reino que respeitava a força acima de tudo, e acabaram por mostrar aos seus, agora súditos, terem força o suficiente para serem respeitados.

A situação parecia perfeita, mas a possibilidade de uma revolução ainda estava lá, tudo dependia do orgulho dos habitantes do reino.

Já os perigos externos vinham de um fato simples, o de que todos os reinos estavam ligados ao mesmo mundo virtual com uma não tão grande, porém considerável distância entre eles. Assim que isso fosse descoberto, era questão de tempo até os participantes atacarem uns aos outros, deixando esse jogo mais emocionante para ambos, participantes e espectadores.

— Meh, Silver sabe se virar. Qualquer coisa ele só precisa matar todos os nobres, não é como se fosse a primeira que ele faz isso — disse John, sugando a atenção por tempo o suficiente para que todos, com exceção de alguns poucos, perdessem um evento marcante para este torneio.

O primeiro participante eliminado.

Na tela principal, o replay do incidente passou outra vez para aqueles que haviam perdido.

Sentado em uma sala de conferências, dois jovens estavam tendo uma discussão acalorada com o nobre mais influente de seu reino.

— Como eu disse, comigo… Não, com a gente no comando esse reino vai subir a novas alturas!

Um garoto de cabelos castanhos com roupas consideravelmente de boa qualidade, falou pela milésima vez desde o início da discussão.

As roupas de ambos jovens eram de boa qualidade, porém, comparado a que a mulher à frente deles usava, isso não era realmente nada.

Usando esse simples detalhe, foi possível saber o porquê da dupla procurá-la por apoio.

— Se eu aceitar este 'acordo', vocês conseguem o domínio deste reino. Mas o que eu ganho com isso?

Desde o início da conversa, tudo que a dupla fez foi prometer mudar o reino para melhor sem dizer como iriam fazê-lo.

— Você não quer viver num país igual? Nós podemos fazer isso!

Olhando para o jovem, a nobre não pôde deixar de mostrar um sorriso desdenhoso.

'Ele realmente entende o que está dizendo?'

O garoto estava dizendo para a nobre mais poderosa do reino que se ela os apoiasse, acabaria por se tornar o mesmo que todos os outros habitantes do reino. Sem falar dela, qualquer nobre, mercante e até mesmo os soldados não gostariam de tal situação.

Esse tipo de promessa só serviria com plebeus.

— Vocês acham que eu, uma nobre leal a esse reino e ao rei, trairia ambos por promessas vazias!? — De uma hora para outra, ela começou a falar de forma rígida completamente diferente de quando começou.

Se ela estivesse tão indisposta a trair o reino assim, nunca teria aceitado o convite para esse encontro. Essa mudança súbita levantou suspeita nos jovens, porém, foi tarde demais.

— Desapareçam!

Parecia que ela simplesmente estava os expulsando, mas isso era um sinal. Após estas palavras, duas figuras encapuzadas surgiram nas costas dos participantes e, tudo que os dois viram a seguir foi uma lâmina atravessando seu peito.

Logo em seguida, eles acordaram no mundo real com apenas uma dor forte no peito como prova de que tudo aquilo realmente aconteceu.

Após três dias, ou então, uma hora e meia desde o início da primeira fase, os primeiros participantes foram eliminados.

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