Volume 1

Prólogo

Atualizado em: 13 de setembro de 2022 as 10:16

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「 Em uma sala de aula, uma garota de cabelos negros amarrados em um rabo de cavalo, de figura perfeita, e que sem dúvidas teria diversos admiradores, estava disputando um jovem com outra menina.

— Larga, passarinho! Seiji já prometeu treinar esgrima comigo! — Ela gritou enquanto puxava o braço esquerdo do menino.

— Solta você maníaca da espada, não deveria estar treinando com sua sombra? E é Srta. Rosenfeld pra você! — Gritou outra garota de cabelos vermelhos e olhos brilhantes verdes.

Similarmente se agarrando ao braço direito do garoto.

Vendo a distância, muitos poderiam pensar que ele era algum tipo de tesouro.

— O que Silver tem a ver com isso!? E Seiji prometeu me ensinar muito tempo atrás. — A jovem retorquiu com uma voz cheia de raiva.

— Podem desgrudar as duas, Seiji tem um encontro comigo hoje — Afirmou outra garota impedindo que esta discussão continuasse.

Ela tinha cabelos verdes escuros e olhos verdes claros. A mesma seguiu, enrolando os braços no pescoço de Seiji, abraçando-o pelas costas.

— Solta ele sua vixen! — Ambas gritaram ao mesmo tempo.

— Meninas, eu não... — O jovem estava prestes a dizer algo, mas foi interrompido quando a porta se abriu e seu professor entrou.

— Todos em seus lugares. Sr. Crawford, será que poderia me ajudar com isso?

Enquanto todos se apressavam para seus lugares, o professor chamou um de seus alunos enquanto apontava para o quadro negro.

— Claro — Quem respondeu foi um jovem de cabelos e olhos negros, com suas feições afiadas em um rosto frio.

Levantando-se, Crawford foi em direção ao quadro negro.

Não era a primeira vez que o professor pedia isso a ele. Como sua caligrafia era acima da média, seu professor usualmente o chamava para escrever no quadro.

No caminho, deu uma breve olhada em sua amiga de infância, Fumiko Mari. Uma garota de cabelos e olhos negros pela qual ele se apaixonou desde os 8 anos de idade. Mas que nunca olhou para ele e só tinha duas coisas na cabeça: seu treinamento de esgrima e sua recente paixão Yoshiaki Seiji. Um jovem de cabelos loiros e olhos azuis, o qual ao seu ver não tinha mérito algum além de seu espírito raro.

Chegando ao quadro, ele começou a escrever o que o professor ditava, embora o assunto anterior ainda não tenha saído de sua cabeça.

Não entendo o que ela viu nele... Ele vive se envolvendo com outras garotas e nem é tão forte assim mesmo com seu espírito contratado. Ignorando isso, Fumiko continua nesta situação sem desistir dele... Por mim tudo bem. Estou bem só estando ao seu lado, mas se esse idiota machucá-la eu vou... Oh errei'

— Sr. Crawford! Você errou aquela frase, por favor preste mais atenção enquanto escreve — O professor apontou seu erro, que inesperadamente era uma frase completa.

— Ok... — Crawford respondeu calmamente enquanto corrigia o erro. 」

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— “Estou bem só estando ao seu lado”, mais que pura merda! — O jovem gritou.

Não era a primeira nem a segunda vez que ele lia isto. Mas não importa quantas vezes o fizesse, sua irritação não diminuía nem levemente quanto a esse personagem.

— Ei! Olha isso aqui. — Ele apontou o celular para um homem no chão próximo a si, que ignorando todos seus ferimentos, ergueu-se para ler.

— Pura merda! Argh. — Terminando de ler, gritou insatisfeito, fazendo seus ferimentos doerem ainda mais.

— Bom! Agora levantem, estamos saindo. E nem tente correr se não vai ser pior — Um sorriso de apreciação passou pelo rosto do jovem, antes que fosse substituído por uma expressão feroz.

Assim, o grupo de vinte homens levantou-se relutantemente do chão. Em cada um deles, poderiam ser vistos diversos ferimentos de vários graus diferentes. O mais leve tinha alguns dentes faltando, junto a um olho roxo.

Saindo do lugar onde estavam que por pura conveniência, era uma área de construção abandonada, o grupo seguiu apoiando-se uns nos outros para conseguirem andar 'normalmente'.

Logo, encontraram uma criança que tinha um de seus olhos inchados com o rosto também machucado. Suas roupas estavam sujas em vários pontos, com algum sangue as manchando.

Alguém tinha batido nele e não foi pouco.

— O que estão esperando?! Se desculpem! — Grunhiu o jovem com raiva vendo que eles só tinham uma expressão estúpida no rosto.

Ele não se considerava bom, mas surrar crianças por diversão estava longe de ser parte do seu hobby, aliás achou repugnante o ato.

— Nós imploramos seu perdão! — Todos gritaram ao mesmo tempo, se curvando para a criança que foi assustada pelo ato.

— Suficiente! Não estão vendo que vocês estão assustando ele? — Repreendeu fazendo o grupo amaldiçoá-lo silenciosamente.

‘Não foi você quem nos mandou fazer isso? Cuzão!

Claro, nenhum deles tinha coragem de fazê-lo abertamente, portanto, somente alguns sussurros poderiam ser escutados.

— Quanto vocês tem na carteira? — O jovem perguntou.

— Eu? — Um dos integrantes do grupo perguntou apontando para si.

Como nenhum outro respondeu, ele imaginou ser consigo.

— Todos vocês. — Respondeu gesticulando para que eles entregassem o dinheiro.

A multidão rapidamente se organizou, oferecendo tudo que tinham para o pedinte

— Só? — O jovem deu a eles um olhar cheio de desprezo.

Haviam vinte pessoas ali, basicamente trabalhavam com chantagem, furto e roubo. No entanto, o dinheiro que deram não ultrapassava os cem reais, isso era simplesmente deplorável.

A expressão feita por ele fez o grupo demonstrar expressões irritadas enquanto o jovem ignorou isso, virando-se para a vítima.

— Aqui, pirralho — Ele disse entregando o dinheiro a criança.

— Obrigado, grande irmão! — Ela esboçou um sorriso, com alguns dentes faltando. Estes que podem ter sido retirados durante o roubo sofrido ou serem dentes de leite sem importância. Seguido do agradecimento, decidiu abraçar seu salvador sendo impedido por uma mão.

— Certo certo, agora vai pra casa antes da sua mãe começar a se preocupar — Apressou o jovem, fazendo a criança sair dali animada. E então, virou-se novamente para o grupo.

— É melhor eu não ver vocês por aqui de novo se não... — Ele nem precisou terminar a frase, antes do grupo balançar rapidamente a cabeça em confirmação.

O pensamento de matá-los passou por sua mente, mas desistiu pensando nos banhos de sangue que já causou. A possibilidade disso dar problemas a criança também foi um fator chave.

Assim, decidiu tratar isso como uma exceção e deixá-los livres. Afinal, este não era seu território então ele não podia protegê-lo o tempo todo.

— Bom. — Prestes a sair, uma forte luz brilhou em seu rosto, forçando-o a fechar os olhos.

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